As ações do Carrefour desabavam 10 por cento nesta quarta-feira,  depois que o maior grupo de varejo da Europa cortou estimativa de lucro  em 2010 pela segunda vez em seis semanas, aumentando preocupações sobre a  credibilidade de suas estimativas e capacidade da administração em  controlar riscos internos.
A segunda maior rede de varejo do mundo em vendas afirmou na  terça-feira que está esperando um lucro operacional de 3 bilhões de  euros (3,9 bilhões de dólareS) para o ano em base pro forma.
O número é 130 milhões de euros mais baixo que a estimativa anterior.
O grupo francês atribuiu o ajuste a aumento de encargos no  Brasil, onde a empresa está tentando melhorar vendas em hipermercados, e  a condições mais duras de negócios na França e sul da Europa.
"Isso de novo piora a confiança do mercado sobre a ação, depois  da comunicação ruim desd meados de outubro... O grupo perdeu sua  credibilidade em termos de estimativas e em termos de controles  internos", disseram analistas do Exane BNP Paribas em nota.
Às 8h26 (horário de Brasília), as ações do Carrefour exibiam  perda de 8,35 por cento, a 31,93 euros, depois de terem chegado a cair a  até 31,32 euros mais cedo. O papel era o de maior perda no índice da  bolsa de Paris.
Em meados de outubro, o Carrefour reduziu sua meta de lucro em  2010, citando encargos no Brasil de 180 milhões de euros. Mas uma  auditoria final da situação no país revelou que os encargos seriam de  550 milhões de euros.
"Este último alerta de lucro reforça o ceticismo sobre as metas  financeiras de longo prazo do Carrefour, especialmente uma vez que em um  ambiente cada vez mais competitivo na França torna mais difícil para a  empresa reter os benefícios de suas iniciativas de corte de custo",  dissee o analista Chris Hogbin, do Bernstein.
A administração do Carrefour insistiu na terça-feira que a  situação no Brasil não ameaça as estimativas de longo prazo do grupo e  que está confiante numa solução rápida dos problemas.
Mas analistas não mostram tanta certeza.
"Os encargos no Brasil criam dúvidas sobre a lucratividade, bem  como sobre a administração das operações internacionais do Carrefour",  disse Hogbin. 

 
 
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