Qual é esse perfil? Esta é a pergunta que se fazem os profissionais,  tanto gestores de negócios que buscam colaboradores e profissionais de  RH, como também aqueles que buscam emprego, ou seja, os mais  interessados em descobrir resposta para tais questões: qual é o perfil  que está em alta? O que as empresas querem?
Bem, a resposta pode ser simples ou complexa, dependendo do ponto de  vista. É simples na racionalização. O mercado busca perfis de pessoas  que produzam resultados. Ponto final.
Entretanto essa simplicidade, ou melhor, obviedade esconde uma  complexidade paradoxal. Por que? Porque é preciso detalhar o que é  considerado resultado, como ele pode ser avaliado e que tipo de pessoa  tem perfil para exercer as tarefas que levarão a esse resultado.
Cada função requer perfil ou competências comportamentais próprias,  além, é claro, das competências técnicas, que são relativamente fáceis  de identificar. A complexidade maior está nas competências  comportamentais, pois estas representam cerca de 70% das variáveis que  irão determinar o sucesso do indivíduo na função. É muita coisa para  arriscar uma contratação ou promoção errada, não é mesmo?
Como determinar o perfil adequado para um cargo? Existem tecnologias  de Análise de Perfil Pessoal (PPA – Personal Profile Analysis)  disponíveis no Brasil que permitem desenhar o perfil comportamental  desejado. O passo seguinte é a aplicação de um teste que fará a  comparação, identificando o quanto o indivíduo encaixa no cargo ou não.  Muitas empresas já utilizam essa tecnologia, que traz grandes benefícios  em termos de desempenho e retenção de talentos nas empresas.
Entretanto, algumas dificuldades no processo seletivo podem ser  notadas. Por exemplo, torna-se mais difícil encontrar o candidato ideal,  porque se está "peneirando" mais. Além disso, o perfil comportamental  que a empresa "A" procura, também está sendo procurado pela empresa "B" e  pela "C". Isso significa que alguns tipos de perfil podem rarear no  mercado, porque todas as empresas os querem.
Usualmente, perfis com características de alta dominância, foco em  resultados, competitividade, alta influência, comunicação,  flexibilidade, ritmo e adaptabilidade são frequentemente solicitados e  não há candidatos em número suficiente com essas características. Assim,  muitas vezes são contratadas pessoas com perfis diferentes. O  resultado: desempenhos sofríveis e até medíocres.
Uma solução está em desenvolver essas características (competências)  nas pessoas que já estão na organização. A ideia é trabalhar as máscaras  profissionais, ou seja, os comportamentos que os indivíduos ostentam em  seu ambiente de trabalho. Não se trata aqui de mudar a sua  personalidade, mas de ajudá-los a compreender as necessidades de mudança  e adequação, de modo a fazê-los aceitar essas mudanças e mesmo  buscá-las, uma vez que isso irá impactar positivamente na vida  profissional. E, convenhamos, todos estamos interessados em melhorar  nossas carreiras.
As mesmas tecnologias que fornecem uma comparação do indivíduo com o  cargo podem ajudar no processo. A partir de um trabalho de devolutiva  aos indivíduos, nos quais eles terão acesso aos seus próprios perfis e  aos gaps que cada um tem em relação ao esperado para seus cargos,  obtém-se um momento de reflexão do indivíduo para com seu próprio  perfil.
Esse processo poderá ser sustentado por um instrumento de e-coaching,  por exemplo, que irá impulsionar o indivíduo para efetivamente praticar  as mudanças comportamentais descritas no PDI, por meio de lembretes e  de avaliações dinâmicas feitas por seus pares, seu gestor e até seus  subordinados, em um processo 360º.
O conceito de se trabalhar as máscaras profissionais dos indivíduos é  uma necessidade cada vez maior, exatamente em função de que encontrar  os talentos já talhados exatamente como precisamos é cada vez mais  difícil e ao mesmo tempo necessário, pois talento normalmente é sinônimo  de desempenho, competitividade.
Se não conseguirmos encontrar o talento que queremos no mercado, a  saída é  desenvolver os talentos que temos dentro da empresa, e/ou  contratar pessoas que estejam, digamos, "a meio caminho" e possam ser  desenvolvidas rapidamente. Temos os instrumentos, a tecnologia e o  conhecimento para fazer isso.
O desenvolvimento de competências comportamentais de forma a impactar  diretamente a postura do indivíduo no dia a dia sempre foi um grande  desafio e muitos gestores ainda dizem: "... é impossível. As pessoas não  mudam tanto assim. A natureza do indivíduo acaba vencendo e ele não  muda coisa alguma..." Pode ser... mudar a natureza humana sempre foi um  desafio, uma proposta muito difícil de ser concretizada. Até agora.

 
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário